quarta-feira, 4 de junho de 2014

Luciana



Era madrugada, estava frio, e ela caminhava pela rua, pelo meio da rua, onde a luz batia mais forte, onde os carros não ousavam passar àquela hora, ela não tinha medo, era amiga da noite, acostumada a estar sozinha... Honestamente? Ela até preferia... É lógico que tinha amigos, muitos deles, mas nesse leve estado de embriagues que se encontrava gostava de não precisar pensar, em nada, em ninguém, ou em tudo ao mesmo tempo, sem medo das próprias lembranças...

 Luciana não tinha vergonha de ser quem era, trabalhava, se sustentava, mas não deixava que isso lhe tomasse todo o sabor da vida, do whisk, da cerveja, nem das bocas de desconhecidos que encontrava pela noite, a maioria com o gosto do cigarro, o cheiro de cinzas, e o sabor da liberdade, de quem aceita a vida sem medos, sem julgamentos, de quem não sabe o que é essencial, mas não perde tempo pensando sobre isso, Luciana tinha os sapatos molhados pela poças da chuva, o cabelo bagunçado, a solidão como companhia, mas também tinha o sabor da liberdade...

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