quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Luciana



Ela acendeu um cigarro e sentou nos degraus de sua casa, olhou ao redor e viu tudo em uma perfeita bagunça, tragou uma, duas três vezes seu cigarro, tudo em um eterno silêncio.

"Foda-se tudo isso" Pensava ela, mas se lhe perguntassem, o que afinal era 'tudo isso', ela jamais saberia responder. "Talvez, toda essa gente deva se foder, já estão cegas mesmo, como não percebem o mar de hipocrisia que o mundo está?"

Ela olhou para o cigarro em sua mão, as cinzas sujavam o chão, ela não se importava, colocou-o no degrau e, no meio de todo o caos, interno, e externo, se levantou para pegar uma cerveja gelada, o calor acabava com Luciana e ela precisava de uma distração, enquanto abria a long neck, se lembrou de como a tecnologia havia acabado com a felicidade, hoje tudo era uma desculpa para parecer mais feliz, enquanto na verdade tudo mundo estava mergulhado na mesma merda até o pescoço
"Inclusive eu" Disse Luciana em voz alta, para ninguém, para todo mundo, e somente para ela mesma.

Quando voltou a pegar seu cigarro, percebeu que ele já tinha queimado inteiro, ali mesmo no chão.

"Tudo bem, eu gosto mesmo é das filosofias baratas, de botequim, e nesse mundo, sempre se tem um cigarro a mais..."

ela se deitou no chão, ali mesmo, e pelo resto daquela tarde ociosa ficou na companhia do silêncio.

2 comentários:

  1. bom dia... interessante a sequencia de textos sobre"luciana"...
    abçs

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    1. Luciana é um desafio para manter, que bom que gostou, abraços!

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