terça-feira, 11 de outubro de 2011

Estou com 20 anos e é tempo de fazer alguma coisa. Já descobri que se existe uma palavra capaz de definir a minha atitude ela é só uma: covardia. Fico me perdendo em páginas de diários, em pensamentos e medos, e o tempo vai passando. É covardia, sim. receio de enfrentar a vida cara a cara. Porque descobri que não me busco, ou se me busco é sem vontade nenhuma de me achar, mudando de caminho cada vez que percebo uma luz ao fundo. É fuga, o tempo todo , é fuga intercalada por períodos de reconhecimento – suavizada, então, mas ainda fuga. E eu agora sei que quero ser eu mesmo. Com tudo de mau que isso possa implicar – e não creio que seja muito. Mas não me iludo. Sei que, mesmo não sendo mau, fácil não será. Mas estou disposto a correr o risco. É preciso agora concretizar a idéia. Tira-la dos limites do pensamento, arrancá-la apenas do papel e torná-la um pedaço de mim, decisão encravada em seu corpo. Não sei como fazer, mas sei que o farei. Hoje, amanhã ou depois, eu o farei.”
(Caio Fernando Abreu)

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