Ela tinha um defeito: não acreditava mais nas pessoas, mas não posso culpa-la, depois de tantos socos e pontapés recebidos, o cinismo pela vida tinha que chegar, alguma consequencia tinha que ter! Luciana passara por tantas poucas e boas, se enganado tanto com as pessoas, que hoje não tinha mais a mesma fé na humanidade que tinha quando criança, quando enxergava só as rosas do mundo, sem ver os espinhos que elas tinham... Mas eles existiam, e pouco a pouco foram ferindo sua pele fragil, deixando-a sangrar, sozinha... Hoje só o que se ve são as marcas em sua pele, feridas já cicatrizadas pelo tempo, quem a ve, a julga, quem a conhece, compreende, surprende-se com a sua força, de se levantar cada vez que foi preciso, de seguir em frente, mesmo sem motivos, Luciana era forte, mas hoje já não é mais a mesma!
"Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e o momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva" (trecho adapitado de Caio F.)